Peso e cultura geral a nível cinematográfico foram das poucas coisas que ganhei este ano, sinceramente. Perdi muito mais do que aquilo que ganhei, e para dizer a verdade, tenho a certeza que não tive culpa, na maior parte dos casos. Tento acreditar que só ficaram os melhores: uma super melhor amiga à distância, uma super metade que aguenta os piores acessos de mau humor, um super apoio incondicional, uma super bomboca mal humorada essencial, um super parvo que tem a mania que percebe muito de abelhas e que não pára de fazer ‘zzzzzzzz’ nos meus ouvidos e que, pelos vistos, parece que gosta que lhe mordam os dedos, um super futuro político com dotes culinários, um super pequenino com quase dois metros de altura, um super puto maravilha que faz comboios a partir de laranjas e uma super família incluindo uma super irmã com uma Nintendo DS na qual eu ainda não pude sequer tocar… todos super-heróis, porque têm a coragem para me aturar. E os que perdi, pode ser que voltem, talvez já em Janeiro, talvez daqui a muito tempo… Talvez um dia. (...)
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
2008
Peso e cultura geral a nível cinematográfico foram das poucas coisas que ganhei este ano, sinceramente. Perdi muito mais do que aquilo que ganhei, e para dizer a verdade, tenho a certeza que não tive culpa, na maior parte dos casos. Tento acreditar que só ficaram os melhores: uma super melhor amiga à distância, uma super metade que aguenta os piores acessos de mau humor, um super apoio incondicional, uma super bomboca mal humorada essencial, um super parvo que tem a mania que percebe muito de abelhas e que não pára de fazer ‘zzzzzzzz’ nos meus ouvidos e que, pelos vistos, parece que gosta que lhe mordam os dedos, um super futuro político com dotes culinários, um super pequenino com quase dois metros de altura, um super puto maravilha que faz comboios a partir de laranjas e uma super família incluindo uma super irmã com uma Nintendo DS na qual eu ainda não pude sequer tocar… todos super-heróis, porque têm a coragem para me aturar. E os que perdi, pode ser que voltem, talvez já em Janeiro, talvez daqui a muito tempo… Talvez um dia. (...)
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
white flag
Or tell you that.
But if I didn't say it, well I'd still have felt it
where's the sense in that?
I promise I'm not trying to make your life harder
Or return to where we were
I will go down with this ship
And I won't put my hands up and surrender
There will be no white flag above my door
I'm in love and always will be
I know I left too much mess and
destruction to come back again
And I caused nothing but trouble
I understand if you can't talk to me again
And if you live by the rules of "it's over"
then I'm sure that that makes sense
I will go down with this ship
And I won't put my hands up and surrender
There will be no white flag above my door
I'm in love and always will be
(...)
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
choose love
But I'm begging for you to come
I wanna break
But I can take you anywhere
domingo, 28 de dezembro de 2008
zzzz
Fomos abelhas e fizemos meeeeel e depois eu perdi o ferrão e foi uma confusão.
Não tentem perceber. Se virem o meu ferrão, avisem, que eu quero voltar onde ele está.
sábado, 27 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
anna karenina
«Onde estou eu? Que faço eu? Para quê?», quis retroceder, atirar-se para trás, mas entretanto qualquer coisa enorme, inflexível, a apanhou pela cabeça, arrastando-a de costas. «Senhor, meu Deus, perdoa-me tudo!», pronunciou, sentindo que lhe era impossível lutar. Um homenzinho resmoneava, martelando uns ferros por cima dela. E a vela à luz da qual Ana lera o livro da Vida, com todos os seus tormentos, todas as suas traições e todas as suas dores, resplandeceu, de súbito, com uma claridade maior do que nunca, alumiando as páginas que até então haviam estado na sombra. Depois crepitou, estremeceu e apagou-se para sempre."
Leo Tolstoy
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
entre portas e janelas
Certo dia, foste-te embora. Mandaste-me à merda e gritaste comigo, no meio da rua; e eu nem sequer tive culpa de não te amar quando devia ou de me ter vindo parar à frente dos olhos as duras, cortantes verdades que tu não querias que eu descobrisse. Foste-te embora e, sabes uma coisa? Eu ainda precisava de ti. Nunca me esqueço do abraço que me negaste nessa noite nem daquele que te pedi, dias depois, entre umas escadas que desciam para a praia e umas que subiam para a realidade, o abraço que queria que me desses para eu poder guardar e assim fechar uma porta da minha vida: a que dava acesso a ti.
Assim como não me esqueço do “despede-te de mim” que ordenaste na porta do elevador do meu prédio, e da forma como eu impedi a porta de se fechar, atirando com o meu braço direito contra ela, enquanto te dava o resto do meu corpo, entre lágrimas e soluços. Ou das vezes que me voltaste a encontrar na entrada do mesmo prédio da tarde de Junho, ou no mesmo elevador, ou no escuro de uma sala que só agora comecei a olhar com novos olhos, os olhos do que “podia ter acontecido”. Assim como não me esqueço do difícil que é deixar-te sempre e a cada vez e do quase impossível que foi ir-me embora da última vez, do atroz que foi deixar fechar aquela porta, entre beijos e abraços e regressos e retornos e “adeus, adeus outra vez, adeus mais uma vez”. Do mesmo modo que não me esqueço das frases feitas que fomos retirando da nossa caixinha dos romantismos ao longo dos últimos meses: “aquela estrela é para ti”, “dá-me um abraço para eu guardar”, “eu sei ler os teus olhos”, “queres que fique?”, “tenho medo”, “não me deixes ir”, “não vás”. Não vás. Abrimos e fechámos tantas vezes as mesmas portas que acabaram por emperrar. Hoje, peço-te apenas que me deixes um espaço na tua vida, por uns tempos, só até eu encontrar outras portas para abrir. E peço-te que me deixes entrar, só de vez em quando, mesmo que seja pela porta dos fundos, mesmo que seja por uma janela qualquer.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
perdidos na tradução
domingo, 21 de dezembro de 2008
peter pan (J. M. Barrie)
sábado, 20 de dezembro de 2008
do grande e do pequeno amor (2)
"Nenhum deles aprendera a resistir ao chamamento do outro. Era como se os seus nomes respondessem, à revelia dos donos, de cada vez que eram prenunciados pelo outro. «Preciso de ti», disse ela. «É uma estupidez, bem sei, não nos entendemos, pois é, mas preciso de ti.» «Vamos tentar», disse ele, «temos de conseguir entendermo-nos, sem ti a vida dói» «ainda mais do que comigo?», perguntou ela, rindo."
Inês Pedrosa e Jorge Colombo
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
eu, tu, ele, nós, vós, ELES
E todos, todos nós somos
De quem gostar muito de nós."
it's show time.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
do grande e do pequeno amor (1)
"Lembrou-se do gelado no congelador. Não gostava de comer gelado sozinha. Acreditava que o excesso de calorias se produzia através da solidão; acreditava que os gelados, com companhia, não engordavam. Acreditava em muitas coisas assim: presságios, provérbios, profecias, coisas antigas de que ele se ria"
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
love in the afternoon (1957)
domingo, 14 de dezembro de 2008
the boy next door
The boy next door?
I love him more than I can say.
Doesn't try to please me, doesn't even tease me,
And he never sees me glance his way.
And though I'm heart-sore
The boy next door affection for me won't display,
I just adore him, so I can't ignore him,
The boy next door.
"É com palavras que te dou, hoje, o maior abraço do mundo."
sábado, 13 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
acreditar
Se perguntares a uma criança porque é que acredita em fadas, ela nunca te irá responder que o faz simplesmente por necessidade – aquela necessidade de fantasia, açúcar colorido, pós mágicos que fazem voar, sereias, piratas e meninos que nunca crescem, aquela necessidade gritante de tudo aquilo que faz as crianças ainda serem crianças. Pelo contrário, responderá que acredita porque todas essas coisas existem mesmo.
E o mesmo acontece contigo, meu amor sem sombra que nunca cresce, tão igual a sempre. Por muito que me perguntem porque é que eu ainda espero por ti, porque é que acredito que ainda pensas em mim ou que ainda vais voltar, eu nunca irei responder que o faço porque de outra maneira não conseguiria sequer olhar para ti, quanto mais esquecer-te e perder-me de ti. Preciso de ti nos meus sonhos, na minha Terra do Nunca, para os concretizares, para me fazeres real. Preciso de acreditar nisso tudo - preciso de acreditar e acredito mesmo. Porque quando deixar de acreditar, a linha que separa o que eu tenho do que eu quero vai desvanecer-se, e eu, e tu, nós e a minha Terra do Nunca contigo, vão deixar de existir.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
manoel de oliveira
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
les poupées russes (2005)
"I know you're not always perfect. I know you have tons of problems, defects, imperfections... but who doesn't? It's just that I prefer your problems. I'm in love with your imperfections. Your imperfections are just great! (...) I know most girls they get weak on their knees for what's beautiful, you know, that's all they see, that's all they want. But I'm not like that. I don't just see what's beautiful. I fall for the other stuff. I love what's not perfect. It's just how I am."
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
o enigma e o espelho
Jostein Gaarder
domingo, 7 de dezembro de 2008
um sorriso numa carícia de papel
Se o vires por aí, devolves?
sábado, 6 de dezembro de 2008
back to you
(vá, deixa-me pensar que é para nós.)
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
paris je t'aime (2006)
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
charade (1963)
Adam Canfield: Yes.
Reggie Lampert: But you're divorced
Adam Canfield: No... [Regina's face drops]
Adam Canfield: My mother, she lives in Detriot, you'd like her, she'd like you too.
Reggie Lampert: Oh, I love you, Adam, Alex, Peter, Brian, whatever your name is, I love you! I hope we have a lot of boys and we can name them all after you!
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
piece by piece
Your scent upon my pillow
And then I'll say goodbye
To your whispers in my dreams
And then our lips will part
In my mind and in my heart
Cause your kiss
Went deeper than my skin
Piece by piece
Is how I'll let go of you
Kiss by kiss
Will leave my mind one at a time
One at a time
First of all must fly
My dreams of you and I
There's no point of holding on to those
And then our ties will break
For your and my own sake
Just remember
This is what you chose
Piece by piece
Is how I'll let go of you
Kiss by kiss
Will leave my mind one at a time
One at a time
sábado, 29 de novembro de 2008
bocadinhos teus e meus
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
terça-feira, 25 de novembro de 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
audrey hepburn (1929 - 1993)
sábado, 22 de novembro de 2008
a vez do triunfo
Diz-me. Diz-me o que há de triunfo em precisar de ti a cada esquina, em procurar o teu olhar a cada segundo, em morrer e morrer e morrer a cada abraço teu. Diz-me. Diz-me porque é que cada vez me arrepia mais o teu toque – no meu ombro, no meu nariz, no meu queixo, no meu pé, no meu pulso, no meu…? Diz-me porque é que voltas. Diz-me porque é que vais – sempre, sempre, e nunca uma vez é igual à outra. Diz-me. Promete agora. Promete agora que é última vez.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
now or never
Lisa Ekdahl
sábado, 15 de novembro de 2008
voltar
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
irma la douce (1963)
sábado, 8 de novembro de 2008
a cabeleireira
Fica Comigo Esta Noite, Inês Pedrosa
terça-feira, 4 de novembro de 2008
gorecki
sábado, 1 de novembro de 2008
two for the road (1967)
Neste filme de Stanley Donen, Audrey Hepburn evidencia a sua versatilidade, envelhecendo mesmo ao longo do filme, passando da simples menina de coro virgem à esposa da alta sociedade. Quem imaginaria possível ver a única e juvenil Audrey Hepburn quase apagada?
Mark Wallace: What kind of people just sit in a restaurant and don't say one word to each other?
Joanna Wallace: Married people?
sábado, 25 de outubro de 2008
dança!
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
splendor on the grass (1961)
sábado, 18 de outubro de 2008
"nos pés o peso leve da eternidade..."
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
vamos fingir
No fundo, não nos esquecemos de nada. Apenas houve uma noite em que te deitaste e te levantaste bem antes do nascer do sol, que correste, não atrás, mas à frente dos ponteiros do relógio e que mudaste de caminho, deixando-me sozinha sobre os flocos de neve precipitantes. E como nevou nessa noite, meu bem! Tive muito frio e, adivinha lá, tinha-me esquecido do casaco. Nesse dia, estudei concentrada e sem interrupções para provar a mim mesma que conseguia fazer as coisas sem ti. Mas vê se percebes, a concentração era o que eu não fazia contigo e acabei por só não fazer o que fazia contigo. Fiz-me à vida, então. Só muito tempo depois é que percebi que não tinhas sido tu que tinhas perdido a essência; tinha sido eu que a tinha perdido de mim.
Peço-te: vamos fingir. Podemos fingir que não nos conhecemos nunca. Que nunca dormimos na mesma cama minúscula de um beliche enferrujado, que nunca te puxei para mim no meio de um corredor escuro. Podemos fingir que nunca te enxuguei as lágrimas com um rolo de papel higiénico amarelo ou que nunca fiquei horas a chorar ao teu colo. Podes até fingir que nunca traíste uma pessoa tantas vezes que deixou de ter importância, assim como eu posso fingir que nunca te menti por gozo. Vamos fazer de conta que nunca fui ter contigo de manhã para ir comer gelado de morango debaixo do muro cinzento do parque e que nunca cometeste o erro de me levar a casa a seguir. Podes até fingir que não te lembras de como eu corria para ti todas essas manhãs e gritava e te abraçava e depois te pedia uns trocos para ir comprar mais um gelado, desta vez de limão, ou como nos portávamos bem quando andávamos simplesmente por aí ou íamos ao cinema e gritávamos ao ver aquele actor ou ao ouvir aquela música. Podes disfarçar o alguma vez me teres ido agarrar quando eu andava a escorregar lentamente pela parede, ou o alguma vez teres gritado comigo por andar a agir mal, por andar a beber de mais ou por andar a comer de menos. Podes fazer de conta que nunca apanhámos um comboio quase de madrugada e que nunca corremos em loucura até ao areal só para rebolar na areia, ou na relva estupidamente fresca numa tarde de Outubro, ou no chão duro de tua casa.
Anda lá, vamos fingir. Podemos fingir que não nos conhecemos nunca ou que estamos bem, ‘muito bem, obrigada, e o senhor?’. Podemos fingir que ainda é a mesma coisa e que só não me dizes nada no corredor da escola porque, nem imaginas, era tanta distracção que nem me viste. E que também não vieste ter comigo naquele fim-de-semana porque tinhas que estudar para uns testes diagnósticos da treta ou que não tinhas mesmo dinheiro para me pagar o gelado de ananás naquele dia. Podemos fingir que as palavras que me dizes não são secas, só desprovidas de sentimento por causa do calor. E que é por andar a fazer muito calor ultimamente que andamos assim. É por estar muito calor que é desconfortável deitares-te comigo ao sol nas bancadas ou abraçares-me com toda a força.
Anda lá. Vem, vamos fingir. Vamos fingir que nunca nascemos. Que o Universo não existe. E que não tenho medo da ausência. Digo-te que não me fazes falta. Podemos fingir, principalmente, que não me fazes falta.
Vamos fingir.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
e amanhã?
domingo, 5 de outubro de 2008
an american in paris (1951)
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
sempre
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
matizes e limões
Decidi desenhar a tua ausência e para isso escolhi um lápis amarelo, porque o amarelo me fazia lembrar limões e os limões me faziam lembrar-te a ti. Comecei a minha obra com uma longa, infinita, linha recta sem princípio nem fim. A tua ausência desenhada naquela cor macilenta fez-me arder os olhos. Fechei-os e apertei os lápis de cor contra a pele dura das minhas mãos. Quando os larguei e finalmente respirei fundo, a palma da minha mão era a morada de onze riscas coloridas.
O lápis amarelo continuara parado sobre a folha de papel outrora intacta e, por isso, na minha mão, não se encontrava o risco dessa cor áurea. Agora tinha onze riscos - onze caminhos - de cor diferente para escolher. E o amarelo, aquela cor que me fazia lembrar os limões que me faziam lembrar-te a ti, não estava lá.