sábado, 22 de novembro de 2008

a vez do triunfo

Digo-te – “sete” – com um sorriso de triunfo. Triunfo? Triunfo de quê? De te ter deixado partir, mais uma vez? De me ter deixado ir, outra última vez? De não ter conseguido sequer pedir-te para ficar, nem desta vez? De te ter mordido os dedos, despenteados os cabelos, engolido segredos, tão mais que da última vez?
Diz-me. Diz-me o que há de triunfo em precisar de ti a cada esquina, em procurar o teu olhar a cada segundo, em morrer e morrer e morrer a cada abraço teu. Diz-me. Diz-me porque é que cada vez me arrepia mais o teu toque – no meu ombro, no meu nariz, no meu queixo, no meu pé, no meu pulso, no meu…? Diz-me porque é que voltas. Diz-me porque é que vais – sempre, sempre, e nunca uma vez é igual à outra. Diz-me. Promete agora. Promete agora que é última vez.
Estará o triunfo algures por aí, na promessa que nunca fazes, entre o ir, o vir, o voltar e o nunca ficar – de vez?

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