domingo, 5 de julho de 2009

os momentos grandes voam

Os momentos grandes voam. Foi isto, já acabou?
Claro que não foi só mais um dia, mais uma noite entre muitas, entre treze. Se passou depressa - tão, tão depressa - foi porque cada uma de nós, as quase noventa e mais os suportes essenciais, consumiu ao máximo cada segundo e se dedicou a vivê-lo com toda a garra e coração. Quem não deu mais foi porque não pôde, não que não quisesse. Voou, voámos todas.
Embrulhámos os nervos e o medo em lençóis brancos e livrámo-nos deles; ignorámos a gravidade e levantámos voo com asas de mil metros, fomos alto e voltámos; no fim, perdemos os momentos: os segundos fugiram dos nossos dedos, os instantes esfumaram-se. Surgiu o sentimento de vazio. O peso que acartávamos há meses estava-nos demasiado intrínseco para nos abandonar agora, tão de repente. O fechar da cortina custou mais que o começo de tudo. Contudo, no chão, ficaram as provas: as penas das asas que nos ajudaram a voar.
Os momentos grandes voam, sim. Mas qualquer pássaro que deslize pelo céu perde uma pena de quando em quando, e há sempre alguém, cá em baixo, para a apanhar e admirar. Qualquer pássaro que saiba voar (e não sabem todos?) tem sempre força para mais um bater de asas. Para o ano, talvez.
Somos máximas!

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